Substância tem ampla utilização terapêutica como em pacientes com esclerose múltipla e Parkinson
A toxina botulínica, conhecida popularmente como Botox, é uma substância amplamente usada para condições clínicas severas, apesar de ser mais conhecida para o tratamento de rugas.
A seguir explicamos diversas aplicações da toxina botulínica, como para esclerose múltipla, cefaleias e outras condições.
A toxina botulínica é a mesma produzida pela bactéria Clostridium botulinum causadora da doença botulismo.
A versão industrializada, entretanto, é purificada e usada em doses controladas, o que traz resultados para o relaxamento muscular sem comprometer a saúde do paciente.
A toxina botulínica funciona como um bloqueador neuromuscular. Ela interrompe a transmissão de estímulos dos neurônios para os músculos, bloqueando, parcial ou totalmente, a contração muscular.
Apesar de eficiente, o resultado é temporário, pois o organismo constrói novos caminhos para transmissão.
Apesar de o uso mais conhecido ser para prevenção e amenização de rugas faciais, a substância tem diversas aplicações. Ela contribui para a melhora da qualidade de vida de paciente com doenças graves, como o mal de Parkinson.
Saiba mais sobre os usos da toxina botulínica para além das rugas a seguir!
O primeiro uso terapêutico da toxina botulínica foi na área da oftalmologia. A pesquisa publicada pelo Dr. Scott no início da década de 1980 relatava os benefícios da substância no tratamento de estrabismo.
Devido ao relaxamento dos músculos oculares, os pacientes identificaram resultados eficazes com a substância.
Com a descoberta do potencial da substância ela passou a ser analisada para outros fins. Em 1989, um estudo comprou os benefícios dela para o tratamento dos distúrbios de movimento, especificamente nos casos de espasticidade.
Essa condição consiste em uma sequela de lesões do sistema nervoso central que provoca descontrole do tônus muscular causando rigidez e dificuldade de movimentos.
Normalmente, as lesões dessa natureza são causadas por traumatismos cranianos causados por derrames ou paralisia cerebral. Ela também é associada a problemas congênitos, complicações no parto ou mesmo posteriores.
Nesses casos, as lesões cerebrais podem ser relacionadas a quadros de meningite, traumas, crises convulsivas e algumas doenças genéticas.
Nos pacientes com tais condições, a toxina botulínica auxilia a melhorar os movimentos, visto que os problemas podem causar distúrbios no tônus muscular.
Outra condição atualmente tratada com a toxina botulínica consiste nos tiques nervosos.
Em geral, esses espasmos afetam a musculatura facial, principalmente a região com olhos, com piscamentos, e da boca, repuxando.
Apesar do difícil tratamento utilizando medicamentos e acompanhamento psicoterapêutico, as aplicações da toxina mostram-se benéficas ao enfraquecer a musculatura e reduzir os tiques.
Nos casos de esclerose múltipla a indicação por aplicar a toxina botulínica depende mais do estado do paciente do que da fase na qual a doença se encontra.
Em geral, a recomendação é feita quando o neurologista não é bem-sucedido no tratamento da rigidez e espasticidade muscular com medicamentos orais.
Portanto, o uso da substância varia bastante nesses quadros. Normalmente, a aplicação ocorre quando há diminuição da qualidade de vida e independência do paciente devido à limitação da mobilidade.
Os benefícios da substância no caso de pacientes com doença de Parkinson ainda estão sendo estudados, após a constatação de vantagens amplas no tratamento de outras condições.
A indicação deve partir de uma avaliação individual minuciosa para determinar as causas da limitação dos movimentos. Muitos pacientes relatam dificuldade de locomoção e troca de passo, mas o diagnóstico deve ser exclusivo.
Portanto, a toxina ainda não é usada amplamente nos tratamentos de mal de Parkinson, mas estudos demonstram que ela pode ser benéfica para melhorar a qualidade de vida dos pacientes que sofrem de problemas musculares associados à doença.
Uma indicação comum da toxina botulínica desde o início dos anos 2000 quando esse tratamento foi descoberto é no caso de cefaleia tensional.
Esses quadros ocorrem devido à tensão e sobrecarga muscular com a contração da região cervical que desencadeia as crises de cefaleia.
Com a aplicação da substância ocorre o relaxamento muscular na região, aumentando o intervalo entre as crises e reduzindo a intensidade delas.
Em geral, os pacientes com cefaleia eram submetidos a tratamento medicamentoso contínuo e restrições de hábitos para minimizar as ocorrências, mas a interrupção já desencadeava novas crises.
Por fim, a substância também é recomendada por dermatologistas para tratamento da hiperidrose, ou seja, suor excessivo nas axilas e palmas das mãos.
A condição, de difícil tratamento por meio de medicamentos, pode desencadear desconfortos físicos e emocionais devido ao suor excessivo em situações normais, mesmo com temperatura amena e em repouso.
Com a aplicação, os resultados duram em média, de 5 a 6 meses, promovendo uma melhora na qualidade de vida do paciente.
Portanto, a toxina botulínica tem aplicações diversas muito mais amplas do que o tratamento de rugas, aumentando a confiança no recurso. É fundamental que para realizar um tratamento com a substância procure-se um profissional experiente.
Saiba que todo procedimento envolve riscos. Consulte sempre um médico.
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
CRM-SP: 106.491
RQE: 25827
Membro da ISAPS – International Society of Aesthetics Plastic Surgery
Membro da ASPS – American Society of Plastic Surgeon
Membro Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica SBCP
Residência em Cirurgia Plástica no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Formada em Medicina pela faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Belo Horizonte – MG
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
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