Segundo um estudo publicado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e divulgado pela Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, vários fatores podem desencadear o transtorno dismórfico corporal — TDC (também chamado de dismorfia corporal), como a genética e a neuroquímica.
Apesar de ser um distúrbio relativamente comum, muitos não sabem o que é dismorfia corporal.
Neste artigo, abordaremos o conceito do TDC. Falaremos também sobre as suas causas, sintomas, tratamentos e qual especialidade médica ajuda no controle desse distúrbio. Avance para os próximos tópicos!
Explicando de maneira simples, a dismorfia corporal é um transtorno ou condição psiquiátrica que leva a pessoa a distorcer a própria imagem. Por exemplo, ao se olhar no espelho, enxerga imperfeições ou defeitos na aparência física que não existem. Quando há, de fato, algo esteticamente errado, o TDC leva a pessoa a exagerar ou aumentar a imperfeição.
Esses “defeitos imaginários” afetam a autoestima, relações profissionais, sociais, familiares e interpessoais. Em níveis mais avançados, o distúrbio pode causar episódios de ansiedade e depressão. No geral, a dismorfia corporal acomete mais mulheres do que homens. A faixa de idade que o TDC aparece com maior frequência é na adolescência.
Quanto aos sintomas do TDC, podem surgir de forma gradativa ou repentina. No geral, variam na intensidade e persistem por muito tempo — quando não tratados da maneira correta.
Os que sofrem com a dismorfia corporal, se preocupam muito com a forma ou tamanho de partes do corpo. Alguns com boa aparência e corpo atlético, se sentem magros demais e tentam aumentar o peso ou os músculos a todo o custo.
Normalmente, a pessoa com TDC descreve as áreas do corpo como feias, deformadas, pouco atraentes ou medonhas. Outro comportamento comum é gastar longas horas diárias reparando e tentando “consertar” os defeitos imaginários.
Como o foco nas falhas corporais é excessivo, o portador do distúrbio acha que os outros também reparam e até ridicularizam.
Em estágios mais avançados, a dismorfia corporal pode levar aos seguintes comportamentos:
Com respeito as causas do TDC, não é possível ser categórico. No entanto, como dito na introdução, o distúrbio tem raízes em fatores genéticos, ambientais e neurológicos. É muito comum em pessoas vítimas de bullying, abuso sexual ou psicológico, perfeccionistas, profissionais de alto rendimento e disciplina.
Os sintomas citados no tópico anterior podem ajudar parentes, familiares e a própria pessoa a identificar se é portadora de TDC. Porém, é preciso uma avaliação médica para chegar ao diagnóstico correto. Sem essa análise, a dismorfia pode levar anos para ser diagnosticada ou se confundir com outros distúrbios psiquiátricos.
Durante o diagnóstico, o psicólogo ou psiquiatra pode utilizar o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). No decorrer da conversa com o paciente, o profissional reconhece também o nível do TDC — que pode ser leve, moderado ou grave. Esse último estágio costuma acometer pessoas que lidam com o distúrbio há muitos anos.
Alguns só recebem o diagnóstico após décadas de sofrimento, pois o medo, vergonha ou desconhecimento sobre o TDC, impede de procurar ajuda médica. Para o tratamento, podem ser indicadas técnicas psicoterapeutas, medicamentos e até cirurgias estéticas. Uma terapia muito utilizada é a cognitivo-comportamental.
Por meio dela, o paciente entre em um processo de inversão de comportamentos nocivos, reciclagem e autopercepção. Além disso, ocorre o treinamento da conscientização, resposta competitiva ou alternativa e análise de estímulos. Não é incomum que o psicoterapeuta peça o suporte da família e dos amigos do portador de TDC.
Esse apoio é fundamental para a recuperação. Uma vez que, o paciente costuma ter dificuldades em identificar gatilhos e pontos fracos que geram o comportamento dismórfico. Além disso, o suporte familiar ajuda o portador na reconstrução da autoestima e criação de uma nova imagem sobre si mesmo.
Vale destacar também que os amigos e familiares podem aumentar o aproveitamento do paciente nas seções da terapia cognitivo-comportamental. Como assim? Por ajudá-lo a atingir os seguintes direcionamentos:
Felizmente, com o tratamento e suporte adequado, o paciente pode se recuperar ou aprender a controlar os sentimentos e as emoções.
Por se tratar de um distúrbio ligado a imagem, existem pessoas que recorrem a sucessivas cirurgias plásticas em busca da aparência desejada. Embora seja uma das opções de tratamento, esses procedimentos são indicados para casos leves de distorção de imagem. Nesse contexto, a cirurgia é feita e o transtorno melhora ou desaparece.
No entanto, quando esses procedimentos são realizados sem a indicação de um psicoterapeuta, apenas acentuam o comportamento obsessivo. Em outras palavras, o paciente entre em uma espécie de “looping” sem fim: distorção — cirurgia — alívio — distorção. O resultado psicológico desse ciclo pode ser devastador para a pessoa com TDC. Para evitar essa situação, como dito no tópico anterior, o portador de dismorfia corporal deve procurar a ajuda de um psicólogo, psicoterapeuta ou psiquiatra.
Caso a indicação médica seja a cirurgia plástica, o paciente e familiares devem procurar por profissionais ou clínicas especializadas. Além disso, o portador deve continuar o tratamento com psicoterapeuta mesmo depois do procedimento estético. Desse modo, se elevam as chances de ganhar qualidade de vida e bem-estar.
Sem dúvidas, a dismorfia corporal é um distúrbio que precisa de compreensão, cuidados e apoio médico. Seguindo as dicas e orientações dadas neste artigo, temos certeza de que os portadores de TDC poderão ter uma vida mais feliz e recuperar a autoestima.
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Saiba que todo procedimento envolve riscos. Consulte sempre um médico.
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