Procedimento pode reduzir em mais de 90% chances de desenvolver câncer de mama, mas deve ser avaliado com precaução
O INCA – Instituto Nacional de Câncer – prevê a descoberta de 59 mil novos casos de câncer de mama por ano no Brasil. Nesse cenário, muitas mulheres têm dúvidas sobre quando a mastectomia preventiva é recomendada.
O procedimento tornou-se mais conhecido após a atriz Angelina Jolie realizar uma mastectomia dupla em 2013 devido às chances de 87% de desenvolver a neoplasia mamária. Após a cirurgia, os riscos de desenvolver a doença caíram para 5%.
Apesar do exemplo positivo no caso da atriz, destaca-se que ela teve um amplo suporte médico para embasar a decisão. A seguir saiba mais sobre o procedimento e as indicações.
A mastectomia preventiva é considerada uma cirurgia para prevenção do câncer de mama em casos de pacientes com altas chances de desenvolver a doença.
A cirurgia remove os tecidos nos quais pode ocorrer a formação de um tumor, como a glândula mamária e os ductos mamários.
Destaca-se, entretanto, que a mastectomia preventiva pode ser de diferentes tipos de acordo com a indicação médica, como radical, radical modificada, total, preservadora de pele e preservadora de pele e mamilo.
Quando o procedimento é realizado entre os 25 e 30 anos e com a retirada dos tecidos mamários, as pacientes podem reduzir em até 90% as chances de desenvolver a patologia.
Em geral, os 10% de risco ainda existente deve-se a preservação de tecido mamário para nutrir a pele, aréola e mamilo. No entanto, também depende do tipo de procedimento que é realizado.
No caso da atriz Angelina Jolie, foi realizada uma retirada total da mama, dos músculos peitorais abaixo dela e de todos os linfonodos da axila preventivamente. Posteriormente, a atriz também realizou a remoção do útero devido aos riscos aumentados de câncer de colo de útero.
Após a mastectomia, a paciente é submetida à reconstrução mamária, que inclui a colocação de prótese mamária para devolver o volume das mamas. Quando ocorre a remoção do mamilo, ele pode ser reconstruído com tecido autógeno ou por meio de maquiagem definitiva.
Apesar dos bons resultados, estima-se que 20% das pacientes ficam insatisfeitas com a reconstrução devido à rejeição da prótese, mamilos desalinhados ou perda da sensibilidade.
Por tais razões, é fundamental avaliar as indicações do procedimento e ter um suporte médico adequado antes de decidir por realizar a mastectomia preventiva.
A recomendação pela realização da mastectomia só é feita após uma ampla avaliação da paciente, considerando os riscos de desenvolver câncer de mama e também reincidência. Conheça algumas situações nas quais o procedimento é indicado:
Uma das principais indicações para verificar se a mastectomia preventiva é realmente indicada é a realização do mapeamento genético que permite identificar mutações genéticas nos genes BRCA1, BRCA2 e p53 a partir da análise do DNA.
Esse exame tem um custo que pode variar entre R$ 3 mil e R$ 7 mil na rede particular e não está disponível no SUS. Os convênios particulares são obrigados a pagar pelo mapeamento de acordo com resolução de 2011 quando a equipe médica identificar alto risco da doença.
Para essa avaliação de risco que pode indicar a realização do mapeamento destaca-se o histórico familiar da paciente.
Apesar dos possíveis benefícios do procedimento, às contraindicações a ele incluem pacientes com maior risco no pós-operatório, como fumantes, mulheres com obesidade e presença de comorbidades, como diabetes e hipertensão.
Nesses casos, os riscos de complicações pós-operatórias podem contraindicar a realização do procedimento.
Destaca-se também que mesmo mulheres saudáveis com predisposição ao câncer de mama devem avaliar amplamente a realização do procedimento que tem efeitos colaterais que incluem perda da capacidade de amamentar e sensibilidade nos mamilos.
A recomendação é que o acompanhamento médico seja realizado por uma equipe multidisciplinar que inclui mastologista e psicólogo.
A mastectomia preventiva é realizada pelo mastologista, mas deve ser acompanhada de um cirurgião plástico para reconstrução mamária.
Saiba que todo procedimento envolve riscos. Consulte sempre um médico.
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
CRM-SP: 106.491
RQE: 25827
Membro da ISAPS – International Society of Aesthetics Plastic Surgery
Membro da ASPS – American Society of Plastic Surgeon
Membro Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica SBCP
Residência em Cirurgia Plástica no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Formada em Medicina pela faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Belo Horizonte – MG
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
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