Em muitas imagens que ilustram matérias sobre cirurgias plásticas, é comum vermos alguns “riscos” aparentemente feitos com canetinha na pele do paciente. Esses “riscos” se tratam da demarcação pré-cirúrgica, uma rotina essencial em grande parte das cirurgias estéticas.
Essas linhas que o cirurgião desenha no corpo do paciente são necessárias em diversos tipos de cirurgia plástica, seja ela com objetivos estéticos ou reparadores. E esses traços não são exatamente uma novidade, pois há registros deles desde os primórdios da cirurgia plástica.
Muito antigamente, entre os séculos III e IV, quando a cirurgia plástica ainda estava engatinhando, a demarcação pré-cirúrgica era feita com folhas vegetais. Com o passar dos séculos, ela passou a ser feita com moldes de couro e cera.
No século XIX, porém, esse procedimento começou a ser realizado com desenhos de incisões feitas com tintas e corantes, se assemelhando mais às técnicas utilizadas hoje em dia.
Mas por que será que um procedimento realizado há tantos séculos continua sendo importante para o sucesso das cirurgias plásticas atuais? Vamos descobrir mais sobre esse assunto.
Como você já deve imaginar, a demarcação pré-cirúrgica consiste no traçado feito na pele do paciente antes de uma cirurgia para servir de guia para o médico cirurgião. Porém, mais do que indicar os locais das incisões, esse procedimento visa à segurança do paciente.
Imagine, por exemplo, um paciente que apresente um tumor maligno no rim e será submetido a uma cirurgia para remover o órgão afetado. Certamente, seria uma grande tragédia se o cirurgião operasse o rim errado, algo que provavelmente condenaria a vida do paciente.
Por isso, a Joint Commission International (JIC), órgão norte-americano que certifica serviços de saúde, determina que deve ser feita uma marcação em cirurgias que envolvam direita e esquerda, órgãos em pares (como o rim) e órgãos em níveis múltiplos (como a coluna).
Dessa forma, a demarcação pré-cirúrgica é um procedimento obrigatório que representa uma segurança a mais para o paciente e o cirurgião, pois ela ajuda a evitar erros que poderiam causar grandes transtornos ou até mesmo custar a vida da pessoa que será operada.
No caso da cirurgia plástica, a vida do paciente pode até não estar em jogo, mas certamente seria muito desagradável caso um médico operasse a mama de alguém que desejasse operar o abdômen. Inclusive, se você conhece alguma mulher que acabou de passar pelo processo da gestação, veja sobre a plástica após a gestação e conheça 5 cirurgias que realmente funcionam para conquistar o corpo ideal.
Claro que este é um exemplo de um erro muito grosseiro, mas ele é útil para entender por que esse procedimento é obrigatório antes de qualquer cirurgia ou procedimento invasivo.
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A marcação do sítio cirúrgico é feita antes do paciente ser sedado, de forma que ele esteja totalmente consciente e apto para tirar dúvidas. Inclusive, a demarcação pré-cirúrgica é feita na véspera da cirurgia em alguns casos, com o paciente ainda no quarto.
A marcação pode ser realizada com canetinhas especiais estéreis, que são descartadas após cada cirurgia. Outra opção é o uso de palitos de dentes estéreis embebidos em corantes apropriados para a pele, como o azul de metileno, o verde brilhante e o violeta de genciana.
Ainda, alguns cirurgiões optam pelo uso do palito associado a um mandril de micro-punch (que costuma ser usado em transplantes capilares) para ter mais ergonomia e precisão durante a demarcação pré-cirúrgica, pois o conjunto se assemelha a uma caneta comum.
É claro que, independente do instrumento, a tinta utilizada na pele deve ser biocompatível e resistente às soluções de assepsia e às secreções e aos fluidos do próprio paciente, de forma que as marcações permaneçam visíveis durante toda a cirurgia.
Quando falamos nas cirurgias estéticas ou reparadoras, a demarcação pré-cirúrgica tem como objetivo fazer uma programação detalhada do ato cirúrgico em si, indicando exatamente onde e como o cirurgião deverá trabalhar no corpo do paciente.
Durante essa etapa, são feitas diversas marcações muito detalhadas para assegurar o máximo de simetria entre os lados do corpo, aumentando-se as chances de um resultado harmônico e de acordo com o que o paciente espera do seu procedimento.
Para isso, o cirurgião utiliza uma tintura, que pode ser o azul de metileno ou uma caneta própria para a marcação, e também utiliza instrumentos como régua, compasso e fios, visando o resultado mais estético possível.
Como em outras cirurgias, a demarcação pré-cirúrgica na cirurgia plástica demanda um ambiente com iluminação adequada para que o cirurgião possa desenhar as linhas onde serão feitas as incisões. Entenda também sobre a cola cirúrgica na cicatriz e tire todas as suas dúvidas.
Além disso, como o paciente está acordado, este momento também é utilizado para sanar as últimas dúvidas e para que o paciente possa mostrar algum detalhe que ele considere importante no momento da cirurgia.
Dessa forma, a demarcação pré-cirúrgica é uma etapa obrigatória que tranquiliza o paciente, aumenta a segurança e permite que o cirurgião planeje cuidadosamente os melhores locais para as incisões, aumentando as chances de sucesso de uma cirurgia plástica.
Você já tinha conhecimento sobre a relevância da demarcação pré-cirúrgica? Deixe nos comentários!
Saiba que todo procedimento envolve riscos. Consulte sempre um médico.
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
CRM-SP: 106.491
RQE: 25827
Membro da ISAPS – International Society of Aesthetics Plastic Surgery
Membro da ASPS – American Society of Plastic Surgeon
Membro Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica SBCP
Residência em Cirurgia Plástica no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Formada em Medicina pela faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Belo Horizonte – MG
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
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