Embora sejam procedimentos opcionais e, em geral, feitos em pessoas que têm um bom estado de saúde, as cirurgias plásticas podem apresentar complicações, assim como qualquer outro tratamento cirúrgico. Entre elas, uma das que mais se destacam é o risco de trombose.
Essa complicação se caracteriza pela formação de um coágulo de sangue dentro dos vasos, o qual pode se deslocar pelo corpo e bloquear a circulação em diversas áreas, o que causa diferentes prejuízos.
Quando o coágulo se forma em uma artéria, ele pode viajar até o cérebro e causar um AVC. Porém, em 90% dos casos, o coágulo surge dentro de uma veia, em geral localizada nas pernas.
O tipo mais famoso é a trombose venosa profunda, que acontece quando o coágulo se forma dentro de veias profundas que ficam no interior dos músculos. Quando ele interrompe a circulação local, a região atingida terá sinais como dor e inchaço.
Porém, a situação é ainda mais perigosa quando o coágulo se solta e se desloca pelo corpo, podendo bloquear a circulação em órgãos como cérebro, coração e pulmão, em um quadro conhecido como embolia e que pode levar à morte.
Embora as cirurgias representem um risco maior para a trombose, essa condição também pode acontecer em outras situações, como em viagens de avião.
As cirurgias aumentam o risco de trombose, especialmente quando se trata de um procedimento com mais de 30 minutos ou cirurgias complexas, como bariátricas, ortopédicas ou de tórax.
Além disso, as anestesias geral e peridural podem facilitar a formação de um coágulo, assim como a própria manipulação que se faz dos tecidos e dos vasos sanguíneos durante a operação.
Contudo, existem fatores prévios que aumentam o risco desse problema depois de uma cirurgia, como ter mais de 60 anos, excesso de peso, tabagismo, usar pílula anticoncepcional e ter predisposições genéticas.
Vale lembrar que esses riscos são cumulativos e que cada um desses fatores deverá ser avaliado pelo cirurgião antes do procedimento. Se necessário, o paciente poderá ser solicitado a emagrecer, abandonar o cigarro ou suspender o anticoncepcional antes da cirurgia.
Antes de qualquer intervenção cirúrgica, o médico solicitará exames de sangue para verificar se o paciente tem algum problema de coagulação, como uma trombofilia (maior predisposição genética para a formação de trombos).
Contudo, mesmo que o paciente esteja apto a passar pela cirurgia, ainda assim será necessário seguir alguns cuidados para afastar o risco de trombose no pós-operatório. Conheça as principais medidas para evitar o problema:
A caminhada ativa os mecanismos que favorecem a circulação sanguínea, evitando a formação de trombos. Por isso, assim que o cirurgião liberar, o paciente deve fazer pequenas caminhadas para movimentar as pernas.
Nas cirurgias mais simples, as caminhadas são incentivadas tão logo o efeito da anestesia passe e a pessoa se sinta bem para fazer essa atividade física. Contudo, nos procedimentos mais complexos, pode ser necessário aguardar cerca de 2 dias.
As meias elásticas compressivas exercem uma pressão controlada na perna, que é gradualmente maior conforme se aproxima da extremidade inferior. Dessa forma, elas favorecem o retorno do sangue pelas veias, evitando o risco de trombose.
Esse acessório deve ser adquirido conforme a orientação do cirurgião, pois as meias oferecem diferentes níveis de pressão. Em alguns casos, a utilização pode começar antes da cirurgia, sendo comum dar continuidade por 10 a 20 dias depois do procedimento.
Outro cuidado que ajuda a afastar o risco de trombose depois de uma cirurgia plástica é manter as pernas elevadas, seja com o auxílio de travesseiros e almofadas especiais quando se está deitado ou com banquinhos quando se está sentado.
Com essa medida, é mais fácil que o sangue retorne dos membros inferiores em direção ao coração, o que evita o seu acúmulo nas pernas, tornozelos e pés, combate o inchaço e diminui o risco da formação de trombos.
Em caso de cirurgias muito longas ou que demandem um repouso prolongado, impedindo que o paciente faça caminhadas, o médico poderá optar pela injeção de heparina, um poderoso anticoagulante.
Além disso, o cirurgião poderá indicar um tratamento com anticoagulantes orais a ser seguido por determinado intervalo de tempo depois da cirurgia, de modo a estimular a circulação sanguínea e reduzir a chance de formação de coágulos.
A massagem nos membros inferiores também é uma forma de reduzir o risco de trombose. Ao realizar essa técnica em intervalos de 3 em 3 horas, é possível estimular o retorno venoso, o que ajuda a evitar a formação de coágulos pelo acúmulo de sangue.
Antes de fazer a massagem, porém, é necessário perguntar ao cirurgião se essa é uma medida indicada para o paciente. Dependendo do caso, o médico poderá recomendar que a massagem seja feita por um fisioterapeuta.
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Em caso de cirurgias que exijam um longo tempo de internação ou quando o paciente precisa ficar muitos dias acamado, sem poder se movimentar, pode ser indicado o uso do compressor pneumático para membros inferiores.
Esse aparelho consiste em um sistema de perneiras que inflam e promovem uma compressão gradual a partir dos tornozelos em direção à virilha, de modo a estimular o retorno do sangue pelas veias. Por ser um aparelho pouco acessível, seu uso é principalmente hospitalar.
Os coágulos podem ocorrer nos vasos sanguíneos arteriais e venosos. Eles são fundamentais para cicatrizar feridas e parar sangramentos. Mas, em alguns casos, eles podem trazer complicações por impedir a circulação normal do sangue.
Os medicamentos anticoagulantes fazem com que o sangue permaneça líquido e circule com fluidez. A dose é ajustável para a necessidade de cada pessoa. Eles devem ser usados por pacientes que têm maior chance de desenvolver um trombo ou, também, eliminar os que já se formaram. Antes de utilizar o medicamento, procure sempre orientação médica.
Você conhece alguém que sofreu com trombose depois de uma cirurgia? Quais foram as recomendações sugeridas? Compartilhe sua experiência conosco nos comentários.
Saiba que todo procedimento envolve riscos. Consulte sempre um médico.
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
CRM-SP: 106.491
RQE: 25827
Membro da ISAPS – International Society of Aesthetics Plastic Surgery
Membro da ASPS – American Society of Plastic Surgeon
Membro Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica SBCP
Residência em Cirurgia Plástica no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Formada em Medicina pela faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Belo Horizonte – MG
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
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