Mesmo que cada vez mais e mais pessoas busquem as clínicas de cirurgia plástica para corrigir suas imperfeições, esse é um assunto que ainda desperta certa polêmica. Tanto que muitos pacientes preferem omitir o procedimento por receio do julgamento alheio.
Essa situação se torna ainda mais delicada quando consideramos a cirurgia plástica na adolescência. Afinal, além das controvérsias que ainda existem sobre a modificação de uma parte do corpo, também precisamos debater o desenvolvimento físico e emocional do jovem.
Por isso, quando o assunto é um procedimento estético definitivo nessa fase da vida, existem outros fatores que devemos considerar além daqueles envolvidos na cirurgia plástica de um adulto.
Muitos pais e os próprios adolescentes querem saber a partir de que idade é possível fazer uma cirurgia plástica, mas a verdade é que não é possível determinar a viabilidade de um procedimento apenas pela data de nascimento de cada pessoa.
Em vez disso, o que nós devemos considerar é o desenvolvimento físico do adolescente – pois dois jovens com a mesma idade podem ser bastante diferentes, um com características mais infantis e outro com o corpo praticamente de um adulto.
Por isso, antes de considerar uma cirurgia plástica, é preciso que o adolescente passe por uma avaliação presencial para que seja possível identificar se o seu desenvolvimento físico já está completo ou não, pelo menos para parte do corpo em questão.
Por exemplo: é comum que as meninas apresentem as mamas bastante assimétricas durante a adolescência, o que certamente traz muito desconforto. Porém, isso tende a se resolver sozinho com o tempo, quando o amadurecimento se completar.
Dessa forma, uma mamoplastia para corrigir a assimetria seria contraindicada, pois a menina ainda vai passar por novas mudanças, as quais poderiam comprometer os resultados da cirurgia plástica.
As mudanças hormonais, físicas e psicológicas da adolescência fazem dela um período de muita inconstância. A paixonite de hoje será esquecida amanhã, o estilo de roupa da semana passada já estará fora de moda na próxima segunda-feira…
Assim, mesmo que um adolescente “tenha certeza absoluta” de que detesta o próprio nariz e que ele é o motivo de todas as dificuldades da sua vida, nem sempre essa opinião vai se manter conforme o jovem amadurece.
Por isso, quando se fala em cirurgia plástica na adolescência, precisamos sempre avaliar o amadurecimento emocional do candidato a paciente para garantir que o desejo de fazer o procedimento não é apenas uma impulsividade momentânea.
Devemos ter em mente que mesmo os adultos às vezes depositam na cirurgia plástica uma solução para todos os seus problemas e criam expectativas irreais quanto aos resultados. Para um adolescente, então, isso pode ser ainda mais difícil de discernir.
Dessa forma, mesmo que o jovem já tenha seu desenvolvimento físico completo, a questão emocional e psicológica também precisa ser avaliada com muito cuidado para evitar arrependimentos futuros e decepções com as mudanças que realmente são alcançadas.
Embora uma intervenção estética cirúrgica precise ser muito bem avaliada, isso não significa que todas as cirurgias plásticas são contraindicadas para os adolescentes. Em alguns casos, esses procedimentos são até mesmo uma questão de saúde física e mental.
Por isso, vamos ver as cirurgias estéticas mais comuns nessa fase da vida:
A correção das “orelhas de abano” pode ser realizada sem maiores problemas na adolescência, pois a região já está formada. Na verdade, ela pode ser feita ainda na infância, entre os 5 aos 7 anos, de forma a evitar problemas de bullying na escola. Veja em detalhes como a otoplastia é realizada!
Uma rinoplastia em adolescentes que ainda não atingiram a maturidade óssea pode ter resultados muito insatisfatórios conforme o osso nasal continuar crescendo. Em geral, a cirurgia pode ser feita em meninas a partir de 14 ou 15 anos e meninos a partir de 16 a 18.
Vale lembrar que, quando o formato do nariz causa também problemas respiratórios, a indicação da cirurgia plástica na adolescência ganha força.
O excesso de gordura e glândula mamária ocorre em pelo menos metade dos meninos na fase do estirão, que acontece perto dos 14 anos, e costuma desaparecer sozinho cerca de dois anos mais tarde.
Porém, quando a ginecomastia é muito perceptível e traz um desconforto emocional para o jovem ou quando a condição não regride espontaneamente, é possível recorrer à cirurgia plástica. Nesse caso, o procedimento visa também um benefício psicológico ao adolescente.
Uma mamoplastia de aumento por meio da inserção de uma prótese de silicone será indicada apenas para jovens cujas mamas já alcançaram o amadurecimento completo. Isso costuma acontecer cerca de dois a três anos depois da primeira menstruação.
Da mesma forma que a rinoplastia, a mamoplastia de aumento feita precocemente pode levar a resultados muito insatisfatórios, pois o tecido mamário continuará crescendo e se modificando.
Embora o ideal seja aguardar o desenvolvimento completo das mamas antes de fazer uma cirurgia plástica, a mamoplastia redutora pode ser indicada antes disso quando o tamanho e o peso das mamas oferecem prejuízos à saúde da adolescente.
Mamas excessivamente volumosas podem causar dores no pescoço e nas costas, atrapalhar a prática de atividades físicas e causar problemas posturais. Nesses casos, pode haver sim a indicação do procedimento mais precocemente.
Porém, como a mama continuará se desenvolvendo, é preciso considerar que os resultados podem não se manter e que a cicatriz poderá se tornar mais larga com o passar do tempo. Por isso, a avaliação minuciosa por parte do cirurgião plástico é fundamental.
Como você pôde perceber, a cirurgia plástica na adolescência não é apenas uma questão de permitir ou proibir. Elas podem sim trazer muitos benefícios, desde que sejam tomados os devidos cuidados com o desenvolvimento físico e emocional. Entenda melhor qual o impacto da cirurgia plástica na autoestima.
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Saiba que todo procedimento envolve riscos. Consulte sempre um médico.
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
CRM-SP: 106.491
RQE: 25827
Membro da ISAPS – International Society of Aesthetics Plastic Surgery
Membro da ASPS – American Society of Plastic Surgeon
Membro Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica SBCP
Residência em Cirurgia Plástica no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Universitário São José – Belo Horizonte – MG
Formada em Medicina pela faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Belo Horizonte – MG
Dra. Luciana L. Pepino.
Diretora Técnica Médica
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